Tecnologia chegou ao Brasil em torneios Conmebol — Foto: Divulgação.

VAR chega parcialmente ao Carioca, e Ferj explica critério; clubes dizem “não” a custo extra

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Federação bancará tecnologia em 10 jogos do Estadual, mas abre brecha para clubes pagarem pelo árbitro de vídeo em outras partidas. Cinco estádios do Rio podem receber a novidade
A fase principal do Campeonato Carioca começa no próximo sábado com uma novidade inusitada: a Ferj possibilitou uma espécie de “VAR particular”. O regulamento geral de competições deste ano permite o uso da tecnologia em todas as fases, mas desde que os clubes ajudem com os custos.
A novidade está no artigo 107-A do regulamento geral de competições deste ano, que aprova o uso do recurso tecnológico. No inciso 1, no entanto, a federação se resguarda: “a FERJ não está obrigada a utilizar o VAR em todos os jogos da mesma competição ou da mesma rodada”.
No inciso 2 está a surpresa: “qualquer clube poderá solicitar, as suas expensas, que o VAR seja utilizado em sua partida, desde que a solicitação seja apresentada à COAF/RJ com antecedência mínima de 10 dias e o estádio que receberá a partida possua condições técnicas para utilização do VAR”.
Americano, Bangu, Boavista, Botafogo, Cabofriense, Flamengo, Fluminense, Madureira, Portuguesa, Resende, Vasco e Volta Redonda. Nenhum dos 12 clubes que participam da fase principal do Campeonato Carioca disse “sim” ao custo extra de cerca de R$ 25 mil por jogo que o árbitro de vídeo representa.
A reportagem ouviu cada um deles, e a maioria confirmou que não vai tirar do próprio bolso para contar com a tecnologia. Alguns poucos não fecharam a porta totalmente e informaram apenas que irão avaliar o custo-benefício. O elogio à chegada do VAR foi unânime, mas nem mesmo os grandes do estado aprovaram a ideia de mais uma conta para pagar.
O que pensam os quatro grandes
Vice-presidente de futebol do Botafogo, Gustavo Noronha: “A tecnologia é bem-vinda, mas o custo, é preciso ponderar. É preciso ver caso a caso. Queria ter recurso para termos em todos os jogos, mas não devemos ter essa folga orçamentária nesse momento”.
Diretor de futebol do Flamengo, Carlos Noval: “O Flamengo sempre foi a favor de ter o VAR, desde o ano passado. A gente sempre é a favor da melhoria do futebol, é algo positivo. Sobre o clube pagar, vamos ter que conversar internamente para ver se vale a pena”.
Fluminense, via nota oficial: “O Fluminense é sempre a favor da modernidade no futebol e acha ótimo a Federação ter adotado esta medida. O clube irá avaliar jogo a jogo a utilização do VAR e aprova ter este recurso nos jogos mais importantes do Campeonato Carioca”.
Vasco, via nota oficial: “A princípio, o Vasco não utilizará o VAR por conta própria sobretudo em razão dos custos elevados para sua implementação. No entanto, caso se faça necessário seu uso em alguma rodada que não as semifinais e finais, o caso será avaliado pela diretoria”.
Ferj: “Nem todos os estádios estão aptos”
Em contato com a reportagem, a Ferj informou que bancará em 10 jogos decisivos do Estadual o uso da tecnologia, promovida pela empresa Hawk-Eye – a mesma que atuou na Copa do Mundo. O Carioca conta com mais de 90 partidas, desde a primeira fase, passando por Taças Guanabara e Rio, até chegar às semifinais e final.
Segundo a federação, a maioria dos jogos não será atendida porque nem todos os estádios estão aptos à instalação do árbitro de vídeo. São cinco as sedes do Carioca de 2019 que têm capacidade para abrigar o VAR: Maracanã, Moacyrzão, Nilton Santos, Raulino de Oliveira e São Januário.

Fonte:Thayuan Leiras — Rio de Janeiro