Time campeão da Copinha de 2016 posa no Pacaembu: Fla quer rever destinação de verba do clube (Foto: Marcos R

Com “micro” caixa no Fla, base vai ter orçamento próprio para elevar verba

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Diretoria quer separar receitas de categorias inferiores do profissional para orçamento de 2017. Verba de R$ 9,5 milhões representa 2% e é menos da metade de paulistas

Marca mais valiosa do futebol brasileiro, dono de um dos maiores faturamentos e com projeção de mais crescimento ainda em 2016, o Flamengo tem ajustes a fazer para seu investimento do futebol. O clube inicia no último trimestre de 2016 planejamento para direcionar mais recursos para as categorias de base. Da previsão de arrecadação de R$ 420 milhões, a base receberá “apenas” R$ 9,5 milhões neste ano – o que representa pouco mais de 2,2% das receitas totais do Flamengo. A ideia é separar o caixa do futebol profissional da base para evitar perda de receitas em caso de situações emergenciais no elenco principal.
A diretoria rubro-negra ainda discute qual o melhor modelo de investimento e quanto destinar para a formação de jogadores. Os bons resultados em categorias da base – campeão da Copinha em 2011 e este ano -, mais os avanços da estrutura para a garotada no Ninho do Urubu e, claro, a atual pujança financeira rubro-negra formam cenário positivo para o projeto. Até o fim de setembro, quando o orçamento para 2017 deve ser definido, o tema deve ir para o papel em forma de números para a proposta ir a votação no final do ano no Conselho.
– Existe interesse de maior investimento na base. É algo que ainda está em discussão – disse Carlos Noval, diretor de futebol de base do Flamengo.

Noval, o diretor de futebol Rodrigo Caetano e o coordenador Marcos Biasotto devem ser chamados para dar opinião e contribuir neste orçamento. Sem ficar atrelado ao futebol profissional, o dinheiro para a base fica mais “seguro”, acreditam os dirigentes do Flamengo. O que significa dizer que a necessidade de fluxo de caixa não descobriria o orçamento da base.

Na comparação com outros grandes do futebol brasileiro, a verba é baixa. Em 2015, o estudo do Itaú BBA, que o Fla como marca mais valiosa do futebol nacional, sequer citou o Rubro-Negro entre os maiores orçamentos de base do futebol brasileiro. Corinthians e São Paulo põem R$ 27 milhões e R$ 26 milhões, respectivamente, para formação de atletas, folha salarial e gastos em geral com as divisões inferiores. Cruzeiro, Grêmio e Inter têm caixa acima na ordem R$ 18 milhões para investimento nas categorias de base.

Até mesmo na comparação com dois rivais do Rio o orçamento rubro-negro é menor – situação adversa se comparado ao futebol profissional. O Fluminense tem orçamento de R$ 15 milhões anuais com a garotada de Xerém. Ainda de acordo com a análise do banco Itaú BBA, que se baseia no balanço patrimonial dos clubes, o Vasco investiu R$ 12,5 milhões no ano passado. No Botafogo, cerca de R$ 6,5 milhões de gastos anuais – inferior ao atual do Flamengo, que sofreu reajuste recente com desembolso de verba extra para a base.

– Chamou a nossa atenção estes números relacionados ao Flamengo. Pode ter a ver com a estratégia de cortar custos, enxugar o clube, mas parece um corte errado – opina Cesar Grafietti, gerente de crédito do Itaú BBA e um dos autores do estudo.

Por Raphael ZarkoRio de Janeiro